ARTIGO TÉCNICO DO ASSOCIADO – DATUM – SINDRATAR
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ARTIGO TÉCNICO DO ASSOCIADO – DATUM



O VIDRO COMO ALIADO

Neste artigo falaremos de duas situações em que a aplicação de vidro nas edificações pode ser feita com bom desempenho energético.

DUPLA FACHADA VENTILADA

A fachada é um dos pontos de maior potencial de economia de energia no projeto de um edifício de fachada de vidro. Atualmente tem sido muito valorizado a entrada de luz natural e o fato dos ocupantes terem a visão externa do prédio, dando a sensação de conforto visual. Para tanto o desempenho das fachadas se torna um item importantíssimo a ser estudado visando a redução do consumo de energia no ar condicionado, contribuindo inclusive, para a certificação LEED.

Vale lembrar de outro diferencial na escolha do vidro quando a preocupação é sustentabilidade: é um material 100% reciclável. 1kg de caco de vidro faz 1 kg de vidro novo.

No Edifício Cidade Nova no Centro do Rio de Janeiro, foi desenvolvida uma solução onde vidros duplos espaçados 60 cm entre eles permitem uma ventilação por convecção natural em função do aquecimento dos próprios vidros pela radiação solar. Desta forma, a energia radiante solar ao ser absorvida pelos vidros externos de alto coeficiente de absorção, aumenta consideravelmente sua temperatura, provocando correntes naturais de ar entre as duas placas de vidro. Este fluxo natural de ar ascendente (efeito chaminé) é possível, pois o espaço entre os vidros externo e interno é aberto em cima e em baixo, permitindo livre circulação de ar entre eles (ver figura 1).

FIGURA 1

Conforme pode ser observado na Figura 1, com esta solução foi possível atingir o excelente valor de coeficiente de sombreamento de 0,18 (isto significa que em comparação a um vidro comum somente 18% da radiação solar incidente se transforma em carga térmica nos ambientes condicionados).

Além de reduzir a carga radiante sobre os vidros, também o fluxo de calor para as paredes externas é reduzido, pois o vidro externo protege a superfície das paredes contra a radiação solar direta, diminuindo o diferencial equivalente de temperatura (importante elemento do cálculo do ganho de calor nas paredes externas).

Um artigo na edição de Abril/2009 da revista da Ashrae (Ventilating Facades) estudou detalhadamente diferentes combinações de vidros e sistemas de circulação de ar em fachadas ventiladas (ver figura 2), exatamente como executado no Edifício Cidade Nova.

FIGURA 2

Os resultados apresentados são tão interessantes quanto os que foram obtidos no projeto Cidade Nova, mostrando que este tipo de solução tem elevada atratividade, tanto para o conforto dos ocupantes quanto para a eficiência energética.

CLARABÓIA

O que une os dois blocos do Edifício Cidade Nova é um grande átrio com 900 m² de área de clarabóia, com pé direito até o topo da construção. Desta forma um grande “colchão de ar” funciona como isolante térmico contribuindo para a redução da carga térmica, uma vez que o a distribuição de ar acontece somente na área ocupada. Assim como as fachadas, a claraboia permite a entrada de luz natural no pátio interno, aumentando o conforto visual, sem prejuízo energético.

Figura 3

 

Edison Tito Guimarães

Diretor Técnico – DATUM Consultoria e Projetos

 

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