ARTIGO TÉCNICO DO ASSOCIADO RECIGASES – Especial/Dia da Terra – A importância da Economia Circular – SINDRATAR
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ARTIGO TÉCNICO DO ASSOCIADO RECIGASES – Especial/Dia da Terra – A importância da Economia Circular



 

Única opção possível para um planeta saudável

A economia circular propõe uma mudança comportamental por parte do usuário/consumidor. É necessário ter a preocupação de como ele é fabricado até o seu descarte.

O seguinte questionamento orienta todo o processo da economia circular: Após você consumir um produto, você joga fora onde? Não existe jogar fora quando falamos do planeta Terra. 

A pegada ecológica tem relação direta com o consumo de recursos naturais que existem no planeta. O problema, é que não existe ainda uma consciência coletiva (consumidores, indústrias e empresas), que esteja priorizando a diminuição da pegada ecológica no mundo. Isso gera uma sobrecarga nos recursos naturais, podendo até mesmo vir a ter escassez desses recursos.

Algumas empresas ecologicamente responsáveis já criaram estratégias para a diminuição do impacto ambiental repensando a estratégia da produção dos seus próprios produtos.

A estrutura do consumo de fluidos refrigerantes deve ser repensada a partir da percepção do descarte desse gás altamente poluente na atmosfera. O início de tudo foi a descoberta que a família dos CFCs atacava a camada de ozônio, isso já evoluiu para a análise do potencial de aquecimento global que é enorme nesses fluidos. Com a intenção de diminuir o impacto na camada de ozônio foram criadas as famílias HCFCs e HFCs. Mas esses possuem um alto poder de aquecimento global, e serão substituídos pelos HFOs com baixo índice de aquecimento global.

A simples troca dessas substâncias não é a solução, temos de conscientizar que o gás dentro do equipamento que está sendo substituído seja descartado corretamente para não causar impacto ao meio ambiente. O mais importante não é a troca do gás, é não jogar ele fora nunca, mesmo quando é necessário um reparo no equipamento temos de recolher, regenerar e reutilizar essas substâncias. Isso também acontece quando vamos trocar o equipamento. Isso é economia circular e sustentabilidade na prática. Gás de refrigeração não é consumido no processo de refrigeração, ele é uma peça do equipamento totalmente reaproveitável.

Limites Planetários:

Com isso, antes de repensar a estrutura de consumo, os gases refrigerantes eram descartados na atmosfera gerando um grande problema ambiental

Os cientistas do Stockholm Resilience Centre (SRC – Centro de pesquisa em resiliência e ciência da sustentabilidade da Universidade de Estocolmo) identificaram nove limites planetários que não podemos ultrapassar para continuar em harmonia com o meio ambiente. É levado em consideração a resiliência do planeta, que é a capacidade de voltar ao seu estado de origem após receber um impacto ambiental.

Lista dos limites planetários, e como o gás refrigerante ventilado na atmosfera propicia o alcance de alguns desses limites:

  1. Perda da biodiversidade: As mudanças climáticas afetam diretamente a biodiversidade. De acordo com o Ministério do meio ambiente, esses impactos projetados pelas mudanças climáticas incluem deslocamento de algumas espécies, extinção de espécies vulneráveis, reconstrução do ecossistema com espécies mais adaptáveis a mudanças;
  2. Mudanças climáticas: Pelo seu alto PAG (Potencial de Aquecimento Global) os fluidos refrigerantes contribuem poderosamente para o aumento da temperatura em média eles equivalem a 2000 vezes o CO2 que é usado como unidade;
  3. Ciclos biogeoquímicos: É quando um elemento sai do meio ambiente para os organismos vivos e depois retorna ao meio ambiente. O exagero do elemento CO2 na atmosfera é responsável pelo aumento da frequência de fenômenos climáticos, como secas e chuvas intensas;
  4. Abuso do uso da terra: A agricultura e o desmatamento contribuem para a proliferação de gases de efeito estufa;
  5. Acidificação dos oceanos:  É causada pelo (CO2), que se dissolve na água alterando o equilíbrio químico, consequente modificação a acidez dos oceanos que desencadeia importantes consequências negativas para a vida marinha. Os gases ácidos e azedos são as causas de chuvas ácidas, mau cheiro e doenças infecto-contagiosas no meio ambiente.
  6. Mudanças no uso da água: A quantidade de água é finita. 98% da água mundial é salgada, e a água doce depende do ciclo natural que altera o estado físico da água. Só que quando grande quantidade de gases tóxicos, ou CO2 entram em contato com a água, o solo, o planeta absorve esses elementos, alterando a pureza da água e dificultando ainda mais a limpeza para consumo humano. O que também ocorre, é que as mudanças climáticas levam a seca em alguns lugares, e o aumento do nível dos oceanos, alterando a biodiversidade.
  7. Degradação da camada de Ozônio: os CFCs e HCFCs por uma reação em cadeia decompõem o ozônio
  • Carregamento de aerossóis na atmosfera: Os aerossóis são pequenas partículas sólidas ou líquidas que estão suspensas no ar, que podem vir através de poeira ou incêndios florestais, entretanto, também vem de ações do homem como emissões de CO2 de carros ou indústrias, os aerossóis são responsáveis pela poluição do ar prejudicando a saúde respiratória dos humanos.
  • Poluição química: É a poluição de solos, do ar e da água através de produtos químicos. Pode acontecer de forma intencional ou não. Geralmente, as indústrias eliminam seus resíduos químicos no esgoto da cidade sem fazer o tratamento necessário. A vida aquática tende a morrer no local que existe a poluição, e as aves que se alimentam desses peixes também tendem a morrer.

Um limite planetário tem o poder de afetar outro limite. Por esse motivo, a economia circular tem um papel importantíssimo na diminuição do impacto ambiental e da pegada ecológica.

Economia Linear x Economia Circular:

Economia linear

A economia linear é a forma de produzir produtos a partir dos recursos naturais pensando apenas no consumo e na estrutura econômica social de imediato sem pensar de forma estratégica a longo prazo. 

A estrutura da economia linear é basicamente: Coletar matéria prima > fazer o produto > Distribuir o produto > Usar > Descartar.

A problemática está na escassez de recursos naturais a longo prazo, aumento das emissões de CO2, volatilidade dos preços de acordo com a disponibilidade do recurso natural, obsolescência programada.

Ou seja, se a indústria continuar com a economia linear sem repensar o consumo, é possível que se extrapole os limites planetários causando danos irreversíveis.

Economia Circular

A economia circular utiliza os recursos naturais de forma ecologicamente responsável, pensando em todos o ciclo da existência daquele produto, da disponibilidade das matérias primas e do impacto ambiental do seu descarte.

A produção de um produto ecologicamente correto segue a seguinte estrutura:

AQUISIÇÃO DE MATÉRIA PRIMA (1)

Ela busca minimizar o impacto ambiental desde a aquisição da matéria prima, até o momento de descarte final do produto. O lixo é um erro de design, porque o fim é tão relevante quanto o início, e quanto mais próximo de zero for o impacto ambiental, melhor.

Descarte correto de fluido refrigerante

Pensando em todos os limites planetários, devemos adotar um sistema de economia circular dentro das estratégias de diminuição do impacto ambiental.

Exija a coleta de gás nos procedimentos de manutenção e contribua para a saúde do meio ambiente.

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